segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Fronteiras e Fronteiras

É preciso esclarecer que a velocidade da comunicação e as tecnologias digitais não tornaram o mundo pequeno. Ligar-se em rede e diminuir as fronteiras do mundo é uma escolha, algo como uma camada adicional de sociabilidade disponível somente agora para alguns, e que também, somente para alguns, faz sentido acionar.

As redes de comunicação propiciadas pela Internet têm a propriedade da conectividade e, ao mesmo tempo, são suscetíveis de funcionar como instrumentos de integração e exclusão.

A revolução tecnológica pode consolidar as desigualdades sociais e também aprofundá-las, produzindo um distanciamento cognitivo entre os que já convivem com ela e os que estão sem acesso a ela.

Através desse ambiente comunicacional, as fronteiras se relativizam e tem-se a possibilidade de adicionar, às noções de espaço e tempo tradicionais, uma nova noção de espaço, ou seja, o ciberespaço.

Assim, o acesso à Internet e aos seus instrumentos ainda é um fenômeno assimétrico, que pode levar ao mesmo tempo a um processo de exclusão e de integração sociais e pode nos dar uma sensação de um mundo sem fronteiras, devido, principalmente, ao aniquilamento do espaço pelo tempo.

Cada vez mais, tem sido comum ouvir por aí que há uma sensação de que a passagem de tempo está aparentemente mais rápida... Sinais do tempo ou do ciberespaço?

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Ângelo Luís

sábado, 25 de fevereiro de 2017

O por quê de você TER QUE OUVIR "AS QUATRO ESTAÇÔES" DE VIVALDI!

Legendas de vídeo do canal TED - Ed. A música de Vivaldi, principalmente as composições "As Quatro Estações" são algumas das músicas que mais tocam nossa alma. Cada Estação é tratada pelo compositor de forma tão perfeita que sentimos seus ventos  em nossos rostos... Sentimos os cantos dos pássaros anunciando a primavera... Enfim, veja o vídeo e sinta os humores e as belezas que cada estação nos traz....


Fratello Nero - Cristovam

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Um adendo ao post “Reflexão Necessária” ... E como ficar estupefato e frustrado ao mesmo tempo...




Meu irmão escreveu no domingo um post ótimo sobre a Internet e todos os seus desdobramentos em nossas vidas, totalmente influenciadas nessa nossa era  pelas redes sociais e pelos mecanismos de busca rápida (leia-se Google). Perfeito. Não há o que criticar aqui (apesar de que a ideia inicial deste ambiente é exatamente isso: a crítica entre os Fratelli).
Porém, de minha parte cabe um adendo ao post: há uma questão que se encaixa na vida de todos aqueles que estão mais ou menos na mesma faixa de idade de idade que eu e meu irmão, entre 30 e 35 anos: nossa geração, aquela que cresceu e aprendeu a viver entre as décadas de 80 e 90, VIVEU COM E SEM A GRANDE TECNOLOGIA, VIVEU COM E SEM A INTERNET!
Nós temos algo especial. Eu achava que não tínhamos isso. Eu achava que nunca teríamos a chance de dizer para nossos filhos ou netos coisas que nossos pais ou nossos avós nos diziam. Verdades, exageradas ou não, como “na minha época não tinha essas coisas”, “na minha época eu já trabalhava com 8 anos”, “na minha época tinha ditadura”... Europeus ou americanos ainda podem dizer que ouviram de pais e avós coisas como “eu fui pra guerra, eu lutei contra não sei quem...”.
É claro que nunca vamos dizer coisas desse tipo. Afinal nossa geração nunca passou por nenhuma grande provação de fato, seja por meio de guerra ou crise econômica realmente severa. Mas sim, teremos histórias para contar. E vou provar isso. Perceba: assim como é muito bem mostrado no texto anterior de meu irmão, fato é que a Internet e suas variadas formas chegaram e dominaram o mundo! E o termo é exatamente esse: DOMINAÇÃO!
Ninguém mais escapa da Internet. Tudo é a Internet. Tudo está sendo feito pela Internet. Pessoas se conhecem pela Internet e acabam se casando, muitas vezes com amor sincero. Outras até se casam pela internet via conferência! Enfim, todos sabemos do poder e do alcance da Internet e também sabemos do quanto tudo isso ainda vai crescer.
Agora, eis a razão de nossa geração ser especial... Nós sempre seremos os únicos a experimentar a vida com e sem a Internet.  Nós, enquanto crianças, fizemos trabalhos e deveres de casa sem a ajuda de internet. Mas depois fizemos trabalhos para a faculdade com a ajuda da Internet! E mais: nós vivemos o fim de uma era e o começo de outra, não só com relação à Internet, mas a tecnologia em si! Vejamos outras situações:
Nossa geração brincou na rua, jogou bola na rua (e arrancou várias pontas dos dedões fazendo isso), mas nós também passamos horas na frente da TV jogando Super Mario. Nós nos comunicamos sem celular, até mesmo sem telefone, mas depois usamos e abusamos do celular. Nós apanhamos dos nossos pais, pois isso era normal... E muitos de nós, hoje em dia,  não batem nos filhos por verem em sites ou programas de TV que isso não funciona. Nós mandamos cartas (cartas mesmo, de papel... Aquele negócio de pôr no Correio...) para namoradinhas, e depois cantamos meninas pelo MSN. Nós trollamos pessoas apertando as suas campainhas e saindo correndo, hoje trollamos via Facebook... Aliás, antes fazíamos bagunça, depois passamos a “trollar”.
Mesmo que esses exemplos pareçam ser bobagem, coisa de criança, nada demais... Uma reflexão mais aprofundada da essência desses fatos e o entendimento das suas inserções nas realidades temporais a que pertencem, aliadas a necessária comparação com realidades outras, já passadas, mostrará que nada disso é pequeno, nenhuma dessas mudanças citadas é banal. Para perceber isso basta entender (aqui entra a história comparada) que as mudanças na vida de nossos bisavós para nossos avós e destes para nossos pais foram muito pequenas, isso no sentido de como a vida era levada, como as coisas eram feitas.  É óbvio que houve mudanças comportamentais, mas todas elas foram “normais”, típicas da passagem de uma geração para outra. Nada se compara ao que passamos, tudo devido a Internet.
A Internet trouxe mecanismos de busca rápida e ferramentas de interação social que, juntas, facilitaram a busca pelo conhecimento ao mesmo tempo que acabaram com as fronteiras geográficas. Não vamos aqui debater os efeitos colaterais disso tudo, não é o caso. O que quero expor é que essas facilidades de hoje, por serem tão impensáveis para as gerações anteriores, tornam nossa geração uma espécie de memória viva de um tremendo divisor de águas. Sabemos o que é a “Idade Média” da difusão da Informação e o que é o “Iluminismo”... Aliás, não só sabemos como hoje somos também a vanguarda desse Iluminismo da Informação.
Tudo isso me deixa estupefato. Sou de uma geração especial. Vi e continuo vendo uma transformação que está ocorrendo na humanidade que é tão ou mais importante quanto a invenção da roda, o início da agricultura, a invenção da imprensa por Gutemberg... Nada é como antes. Tudo é conectado, tudo é virtual, tudo é INTERNET. Enquanto a humanidade existir, assim como as invenções citadas acima, a Internet jamais sairá de nossas vidas (e de nossos filhos, netos, bisnetos...), jamais será deixada de lado simplesmente porque isso seria impossível. Vivemos, eu e minha geração, o fim e o nascimento de um novo mundo. E somos protagonistas. Éramos crianças, agentes passivos ao final de uma era. Hoje somos engenheiros, administradores, professores, contadores, blogueiros, médicos, dentistas... Somos a motor que está movendo o mundo. É tudo isso que me deixa estupefato. Porém, há algo que me deixa frustrado: O que tudo isso significa? Qual o nosso papel? Sei apenas de nossa presença numa mudança. Mas como toda essa interação funciona? Então... Minha Frustração é saber que a resposta para essas questões surgirão... Quando estivermos mortos.

Fratelli Nero

domingo, 19 de fevereiro de 2017

REFLEXÃO NECESSÁRIA

Vivemos desde 1994 a era da Internet (a importância da criação da Internet está, sem dúvidas, no mesmo patamar da invenção da escrita, da roda, do telescópio, dos óculos, da fotografia, do telefone, do avião, dos satélites...), período de intensa comunicação, informação de altíssima velocidade com que fatos importantes ou não correm o mundo em fração de segundos.




A Internet foi e tem sido uma revolução e não há dúvidas quanto a isso. Estima-se que, atualmente, 3,2 bilhões de pessoas estejam conectadas à Internet, ainda que aproximadamente 4 bilhões ainda não tenham acesso à rede mundial de computadores. O surgimento das Redes Sociais são outra revolução, afinal, através de alguns sites de relacionamentos (Facebook, Instagram, Twitter etc.) pessoas estão conectadas por um ou vários tipos de relações, que partilham valores e objetivos comuns, interesses e objetivos semelhantes.

O principal site de relacionamentos do mundo é o Facebook. E é através do Facebook que cerca de 1,6 bilhão de pessoas relacionam-se compartilhando e curtindo publicações, postando links e fotos em imensa quantidade, além de realizarem diversos negócios.

No entanto, é preciso ficar atento. A Internet oferece vantagens e desvantagens. E com as redes sociais não é diferente. As pessoas de quase todos os lugares do mundo passaram a viver conectadas o tempo todo, em todos os lugares e esses novos hábitos moldaram o cotidiano das pessoas. Um novo estilo de vida surgiu: estamos todos conectados em todos os momentos. A comunicação e a transmissão de informação tornou-se instantânea.

Um exemplo de mau uso da Internet e seu consequente malefício reside na memorização e na acumulação de conhecimento. Através da ferramenta de busca mais famosa do mundo, o Google, as pessoas tiram todos os tipos de dúvidas: desde consultas médicas até trabalhos de pesquisa para a faculdade. A lei do mundo moderno é: se você tem alguma dúvida, digite no Google. Guglar tornou-se expressão comum. É preciso medir as consequências negativas dessa dependência. Afinal, é preciso filtrar informações, ter critério naquilo que será escolhido como adequado a uma pesquisa, a uma dúvida. É evidente que muitas das ferramentas do Google e também das redes sociais são interessantíssimas e extremamente úteis. Não devemos remar contra a tecnologia. Mas é importante, cada vez mais, avaliar o que é adequado ou inadequado. E a memória humana que antes do Google precisava armazenar mais informações com exatidão passou a ter um refresco, ou seria comodismo?

 Afinal, não há necessidade de decorar informações, datas, eventos. Tudo está no Google. Copiar e colar tornou-se muito fácil e um exemplo muito ruim dessa facilidade são os trabalhos escolares e acadêmicos pois, qualquer pesquisa solicitada e pronto, lá vão os alunos (estudantes) para o Google, o oráculo da atualidade. Aliás, foi através da internet que o mito da palavra aluno significar sem luz se disseminou. De acordo com o dicionário Houaiss, a etimologia da palavra "aluno" lat. Alumnus, i "criança de peito, lactente, menino, aluno, discípulo", der. do verbo alére "fazer aumentar, crescer, desenvolver, nutrir, alimentar, criar, sustentar, produzir, fortalecer etc."; ver alt-; f.hist. 1572 aluno, 1572 alumno .

O Google virou referência tanto para trabalhos de ensino fundamental quanto para trabalhos de conclusão de curso superior ou até mesmo para teses e dissertação de mestrado. Não tem problema nenhum reproduzir um texto de algum site ou lugar desde que seja citada a fonte. Outro grave problema são as citações de frases ou pensamentos. Clarice Lispector, escritora extraordinária falecida em 1977, por exemplo, é muita citada e/ou reproduzida só que a boa parte dos textos que a ela são atribuídos não são de autoria da excelente escritora brasileira! Clarice Lispector não é a única vítima. Diversos outros escritores famosos como, por exemplo, Carlos Drummond de Andrade, Mario Quintana, Pablo Neruda, entre outros, são vítimas habituais que circulam pela internet com textos que erroneamente lhe são atribuídos!



A questão fundamental está no equilíbrio. Usar o Google como ferramenta de busca, de consulta otimizou muitas coisas em nossas vidas. Mas, não devemos abrir mão de utilizar nossa memória, de consultar um livro ou ir a uma biblioteca para obter informações. É necessário aliar-se aos avanços da internet sem, no entanto tornar-se refém dela.

Um exemplo de mau uso das redes sociais é a exposição. Comenta-se sobre tudo e sobre qualquer coisa. Ora, será que é tão necessário, como ocorre com frequência com muitos usuários das redes sociais expor trivialidades do dia-a-dia ou, ainda, demonstrar insatisfação pública com colegas do trabalho, da faculdade, enfim, de qualquer ambiente que faz parte do nosso convívio? Vale a reflexão.

É preciso utilizar a Internet, (redes sociais, Google etc.) com critério. Separar o que serve do que não serve. Ser cauteloso e não deixar-se diluir em meio a turbilhão de mensagens. Em 1948, George Orwell escrevia 1984, uma obra-prima que permanece atual e cada vez mais surpreendente. O livro teve a intenção de descrever um futuro baseado nos absurdos vivenciados pelo autor. Uma leitura fundamental para qualquer pessoa e cuja história tem como principal foco o controle das comunicações, fazendo da televisão, onipresente, o seu poderoso olho policial, o Grande Irmão dobrava todos à sua vontade. O lema do regime era "BIG BROTHER is Watching You", o Grande Irmão está vigiando você. Nada, portanto, lhe escapava.

Invertendo a lógica do aparelho televisor (atualmente, televisor e internet; antes a era do rádio), obrigatoriamente ligado, sem outras alternativas de programas, era por meio do tubo (internet, redes sociais, ferramentas de busca) que ele controlava os cidadãos rebaixados a servos obedientes. Não podemos agir como servos obedientes e transformar nosso cérebro em artigo de decoração sujeito e exposto a decisões de empresas bilionárias. É preciso aproveitar o que é útil e jogar fora o que não presta.

P. S. Foi através da internet também que o mito de originalidade de George Orwell em 1984, escrito em 1948, foi desmistificado. Seria 1984 plágio de Nós, escrito entre 1920 e 1921 pelo russo Yevgeny Zamyatin? Vale a leitura do artigo: http://dedos.info/gon/1984-de-george-orwell/


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Ângelo Luís

sábado, 18 de fevereiro de 2017

O que faz algo ser "Kafkaniano"?



Legendas de vídeo sobre a obra de Franz Kafka e sua influência no mundo de hoje (vídeo legendado do ótimo canal TED - Ed ). A análise no vídeo demonstra como Kafka, através de sua obra, mostra o quanto nossa vida é dominada por burocracias infindáveis e inúteis. A grande questão para Kafka, no fundo, é que a resposta para tudo isso está dentro de nós mesmos!


Fratello Nero

Esquerdista petista... Decime qué se siente!

Meu Deus! Intitulei este meu amontoado de ideias com um cântico de torcedores argentinos para chamar a atenção de esquerdistas petistas... Caramba! Será que isso trará mau agouro? Bom, deixemos isso de lado... Fato é que há algo muito estranho na defesa intransigente da esquerda petista com relação ao ex presidente Lula. Não me refiro às pessoas que o defendem no sentido estritamente legal. Refiro-me aos esquerdistas petistas que defendem Lula em absolutamente TUDO! É um Jesus na terra...
Antes de tudo, um esclarecimento: entendo que existe, hoje no Brasil, uma esquerda e uma esquerda petista. De forma bem rasa, explico: a primeira ainda é socialista, comunista, fortemente ideológica e considera o governo petista um governo de direita (José Arbex Jr., ex editor da revista esquerdista "Caros Amigos", é um exemplo dessa linha). A segunda, que se considera esquerdista apesar de ser petista, não passa de fanáticos apoiadores de Lula. Eles engolem tudo o que esse cidadão diz. Faço aqui mais uma diferenciação: não me refero, aqui neste texto, ao povão mesmo, que vê Lula como um deles (não os criticaria jamais por isso). Me refiro aos da classe média, alguns intelectuais, outros jornalistas etc... Gente que, por exemplo, escreve no Brasil 247.
Pois bem: essa esquerda lulista defende o ex presidente não como quem defende um estadista, um notável a quem admira... Defendem Lula, isto sim, com um bizarro comportamento bovino, devotando a ele uma fidelidade canina que, pra quem vê de fora, resta evidente que há algo de errado na capacidade intelectual desse povo. 
Mas esse não é meu foco aqui. Como indica o título, meu foco é saber o sentimento dessa massa sobre certas questões referentes a Lula. E nem vou citar algo a respeito dos 5 processos dos quais ele é réu. Vou focar apenas nas gigantescas contradições, mudanças de pensamento, discursos feitos conforme a situação, palavras ditas num dia e diametralmente mudadas no dia seguinte visando apenas o bem estar político de Lula. Vamos lá petista, decime qué se siente! Defendam seu mestre!


1- Lula ataca os Sarney,mas depois os defende  


No vídeo abaixo, de 2002, Lula ataca a oligarquia representada pelos Sarney. Veja: ele ataca exatamente a questão de que eles são eleitos pelo fato de que a mídia local é de posse deles. Ou seja, ele está dizendo que a população vota por falta de informação (ou excesso de propaganda). Assistam:


Porém, ai porém  (é sempre bom citar Paulinho da Viola...)! No vídeo a seguir, gravado em 2014, Lula fala exatamente o contrário do que disse anteriormente. E o que é pior: o que antes era, na sua concepção, falta de informação da população que elege um Sarney, passa a ser preconceito do repórter que o questiona se ele foi agradecer o apoio da oligarquia Sarney! Como se isso não bastasse, a dona Roseane ainda se faz de vítima de preconceito contra a mulher! Assistam abaixo:


É mole? É esse cara que a esquerda petista defende com unhas e dentes? Bom, vamos combinar que mudar de ideia até que é saudável... Mas tanto assim? E sobre os Sarney? Meu Deus... Então, aqui, pergunto sobre as contradições lulistas:
Esquerdista petista... Decime qué se siente!


2 - Lula ataca o conceito do... BOLSA FAMILIA!

Lula não toma jeito. Não adianta. No vídeo abaixo, ele está em campanha presidencial em 2002. Ele diz que o povo vota pelo estômago, já que recebe cestas básicas e outras benesses. O povo aqui não vota pela ideologia. Resumindo, ele diz que os governos, através de benefícios sociais, "compra" o voto do povo. Assista abaixo:


Não quero entrar, aqui, no mérito da questão sobre o Bolsa Família, mas me reservo o direito de dizer que acho, sim, um bom programa de distribuição de renda, ao contrário do que pensava o candidato Lula. Eu iria seguir o padrão de postar um vídeo de Lula falando uma coisa, depois falando outra.... Mas acho que aqui não é necessário, correto? Percebam: não estamos lidando com uma pessoa que amadureceu uma ideia que antes rejeitava, que observou situações que seriam a base de sua mudança de pensamento... Não! Estamos apenas lidando com alguém que diz e fez o que lhe era mais lucrativo no momento. Lula é malandro demais! Ele falou tudo isso na TV, criticando os programas sociais do FHC como o vale gás... Mas aí percebeu que sua crítica fazia um certo sentido e, assim, poderia fazer disso, as "doações", "as compras de voto" (como ele mesmo pensava que eram os benefícios sociais) o caminho para a perpetuação do poder! E não só manteve o que criticava, como o expandiu exponencialmente! O senhor Burns nunca faria melhor....Então, aqui, pergunto sobre as contradições lulistas:
Esquerdista petista... Decime qué se siente!


Fratello Nero

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

10 Fatos Sobre a Vida de Johann Sebastian Bach

Legendas de vídeo sobre Johann Sebastian Bach (direto do canal HALIDONMUSIC)! Fatos relevantes e marcantes na vida e na arte deste gênio, simplesmente o homem que definiu a música como sendo nada além de algo com a finalidade da Glória a Deus e refrigério da alma humana.... 


Fratello Nero 
Cristovam

domingo, 12 de fevereiro de 2017

QORPO-SANTO




Qorpo Santo, José Joaquim de Campos Leão (1829-1883) foi comerciário, mestre-escola, vereador e jornalista. E também: dramaturgo, poeta e escritor. Dono de uma obra ímpar, criativa, complexa e inventiva, a atividade intelectual e estética de Qorpo-Santo se desenvolveu após o aparecimento das suas perturbações mentais em 1863; tendo sido interditado em seguida com o diagnóstico de alienação mental.

Durante o ano de 1866, escreveu a maior parte de suas peças de teatro; sendo elas: O hóspede atrevido ou O brilhante escondido; A impossibilidade da santificação ou a santificação transformada; O marinheiro escritor; Dois irmãos; Duas páginas em branco; Mateus e 774 Mateusa; As relações naturais; Hoje sou Um e amanhã Outro; Eu sou Vida, eu não sou Morte; A separação de dois esposos; O marido estremoso ou o pai cuidadoso; Um credor da Fazenda Nacional; Um assovio; Certa Entidade em busca de Outra; Lanterna de fogo; Um parto; Uma pitada de rapé (incompleta).

No ano seguinte, abriu uma tipografia e editou os nove volumes de sua Ensiqlopédia ou Seis Mezes de Huma Enfermidade - já com as características típicas de seu estilo. Esta obra revelou um autor completamente original, que antecipou, mesmo que não intencionalmente, procedimentos formais da poesia e do teatro do século XX, além de reunir crônica, biografia e prosa. No dia 1 de maio de 1883 o escritor morria em Porto Alegre, aos 54 anos de idade, de tuberculose pulmonar.

Apesar de ser um homem com certa popularidade e possuidor de alguns bens, Qorpo-Santo teve sua produção artística praticamente ignorada por seus contemporâneos; isso parece se dever em muito às transformações pelas quais o escritor passou. O respeitado professor converteu-se em uma figura extravagante, cheia de manias e com ideias estéticas pouco convencionais para a sociedade do século XIX.

Foi através da transfiguração do pacato José Joaquim de Campos Leão, no estranho visionário ato-nomeado Qorpo-Santo que nasceu o autor inventivo e revolucionário. Os trabalhos artísticos nascidos nessas condições, inevitavelmente estariam destinados a incompreensão, sobretudo em um contexto culturalmente acanhado como haveria de ser a Porto Alegre oitocentista. No entanto, foi em 1966, cem anos depois que sua produção dramática foi concebida, um grupo de teatro de Porto Alegre estreou no palco do Clube de Cultura, sob direção de Carlos Sena, as comédias Mateus e Mateusa, Eu sou vida; eu não sou morte e As Relações Naturais.

A década de 1960 resgatou alguns autores essenciais, esquecidos e não compreendidos pelo século XIX e pela primeira metade do século XX. Joaquim de Sousa Andrade, Sousândrade (1832 - 1902), poeta maranhense, foi redescoberto pelo estudo dos irmãos Augusto e Haroldo de Campos em 1964, com o lançamento de ReVisão de Sousândrade. Pedro Kilkerry (1885 - 1917), poeta baiano, foi resgatado pelo estudo de Augusto de Campos em 1971. Oswald de Andrade (1890 - 1954), poeta paulista, teve sua reintrodução no ciclo artístico através do lançamento dos estudos críticos publicados (mais uma vez!) pelos irmãos Campos a partir do início da década de 1960 e, também, pela encenação de O Rei da Vela (peça de 1937) em 1967 pelo Teatro Oficina de São Paulo.

A perspectiva que norteia a obra de Qorpo-Santo parece tender para as dualidades e expressar a convivência problemática de dois mundos diversos entre si. Sendo assim, é válido destacar que o termo desdobramento é reincidente na obra do comediógrafo, não apenas como motivo próprio do universo ficcional de sua obra e das relações entre as personagens, como linha de força determinante a configuração da estrutura reconhecidamente singular de suas peças.

Referências estudo sobre vida e obra de Qorpo-Santo:
Obras completas de Qorpo-Santo em domínio público: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action&co_autor=69

 A produção e a recepção dos escritos de Qorpo-Santo: apontando transformações nas relações entre arte e loucura: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832010000200016

 A obra aberta de Qorpo-Santo: http://www.seer.ufrgs.br/NauLiteraria/article/viewFile/17645/13340

Qorpo Santo - Lanterna de Fogo : qompendio dramaturgiqo em paragrafos e imagens: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000448348

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Ângelo Luís

domingo, 5 de fevereiro de 2017

A História da Arte em 3 minutos!

Legendas do vídeo "The History of Art in 3 Minutes". Legendamos um vídeo que resume a História da arte, de forma criativa e levemente irônica...



Fratello Nero

DISCORDAR É PRECIOSO




Muita coisa aconteceu entre a criação do primeiro blog METAMORFOSES, ou seja, os irmãos Karamazavi (Ângelo e Cristovam), em agosto de 2009, e a ideia deste, Fratelli Rivalli.
Metamorfoses foi um período de reencontros de ideias. Ali ensaiávamos os primeiros textos sobre assuntos de interesse comum: artes visuais, música, cinema, política, futebol, literatura e poesia, história, geografia e tantos outros temas...

Em 2009, o post Abertura inaugurou o blog e Cristovam, à época, a respeito do primeiro post dizia: "Cá estou para discordar, duvidar e questionar. Concordância não faz parte do comportamento de almas inquietas..." Enquanto que eu complementava: "Finalmente, após muitas e muitas discussões chegou o momento de reunir tudo ao mesmo tempo e agora. A consequência disso só o tempo dirá! Mas com certeza, teremos ainda mais discussões...E ainda mais motivos pra pensar... Inspiratio!"
No entanto, 8 anos depois, resolvemos criar um novo blog e encerrar definitivamente o blog Karamazavi que cumpriu muito bem o seu papel.

Entre a criação de Metamorfoses e Fratelli Rivalli, criei em parceria com um amigo-poeta gaúcho o blog Ditirambos, específico sobre poesia. Foi em Metamorfoses que publiquei meus primeiros poemas. E foi com Francisco Settineri que a arte poética se disseminou e publicamos diversos poemas, seja de autoria própria (poemas meus e de Settineri) e também os Duploemas (projeto de produção de poemas em dupla, que denominamos "poemas feitos a quatro mãos, vinte dedos" etc.). Foi através da criação do projeto Ditirambos que foi possível lançar o primeiro livro de poemas, Diáspora de Francisco Settineri em abril de 2016. E vem outros livros por aí. Há uma evidente conexão entre a criação de todos esses projetos, sendo Metamorfoses a pedra inicial de tudo isso. Ditirambos permanece ativo, intensivo e ainda proporcionará muitas alegrias com a realização de projetos muito importantes. Em breve teremos o lançamento de Duploemas, de outros livros de Settineri e também o meu primeiro livro de poemas.

Fratelli Rivali abrigará todos os outros temas de interesse mútuo, ainda que em muitos desses assuntos ocorrerá uma divergência clara de opiniões sobre alguns temas entre Cristovam e eu. Essa é a ideia. Discordar é preciso. Ainda mais precioso é discordar sem desrespeitar. É natural pessoas interessadas em aprender e em adquirir conhecimento constantemente terem opiniões divergentes sobre qualquer assunto que seja. Saber respeitar uma opinião diferente é necessário para o bom desenvolvimento de qualquer diálogo. Voltaire dizia que: "Posso não concordar com nenhuma das suas palavras, mas defendo até a morte o seu direito de dizê-las".

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Ângelo Luís

sábado, 4 de fevereiro de 2017